No Dia Nacional da Adoção, especialista alerta para dificuldades do processo no Brasil

Advogada Marilia Golfieri Angella falou ao Jornal da Rede Alesp nesta terça-feira
26/05/2021 11:13 | Entrevista | Da Redação

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O Dia Nacional da Adoção, celebrado nesta terça-feira (25/5), alertou para as dificuldades no processo de adoção de crianças e adolescentes no Brasil.

De acordo com o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atualmente existem 4.962 crianças aptas para adoção no Brasil e cerca de 34 mil famílias cadastradas como pretendentes.

Em entrevista ao Jornal da Rede Alesp, a advogada familiar Marília Golfieri Angella falou sobre as dificuldades do processo de adoção no país. "A criança que está disponível não encaixa no perfil da maioria dos pretendentes à adoção", disse ela, sobre a preferência das famílias em adotar crianças menores ou recém-nascidas. "A maior parte dos pretendentes buscam meninas brancas, recém-nascidas, abaixo de 4 anos", completou.

A advogada também abordou a questão da adoção tardia. "É preciso discutir mais sobre o assunto, já que a maior parte das crianças disponíveis para adoção são maiores de 12 anos. Trazer essa pauta para a mídia em relação à adoção é fundamental para que a gente faça algumas desconstruções", disse Marília.

A advogada falou ainda sobre o cenário atual no Brasil. "A adoção vem sofrendo uma série de mudanças legislativas e avançando em pautas, escolhas psicológicas e assistenciais, que a gente consegue hoje ter um cenário em que há muito o que se comemorar. Principalmente depois da reforma de 2017, que foi uma reforma que trouxe grandes mudanças para a adoção, como modernização, adaptação do processo à nossa realidade atual, inclusive maior celeridade, prazos mais certos, como no estágio de convivência, por exemplo ", pontuou.

alesp