Ato solene organizado pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) abordou a implantação do Programa de Ensino Integral (PEI), do governo do Estado. Realizado em ambiente virtual na sexta-feira (18/6), o evento ouviu professores de escolas públicas estaduais, mães de alunos, alunos e defensor público. "Esse projeto não respeita a opinião escolar, é contraditório, autoritário e excludente. Não existe o contato entre professores, pais e alunos. Ele não respeita as unidades regionais, pois muitas delas têm apenas uma escola. Os prejuízos são muitos para os moradores. E estão aproveitando da pandemia para passar o boi e implantar várias escolas integrais", disse o parlamentar. A opinião do professorado, pais e alunos participantes da conversa vai ao encontro com a do deputado. Para eles, a implantação não leva em consideração os problemas atuais das unidades escolares. O desamparo das crianças que realizam outras atividades no contraturno escolar também foi lembrado. O grupo reforçou ainda a situação de escolas escassas e não adaptadas às necessidades de todos. "Isso não acrescenta em nada. Não queremos que a escola, que já é precária, vire depósito de alunos", disseram. O defensor público Daniel Secco pontuou a importância do debate para o entendimento do tema. "Ouvir esses relatos é fundamental para termos a dimensão desse fato. Estudaremos para adicioná-lo em nosso procedimento administrativo", disse. O PEI O Programa de Ensino Integral está presente em 1.077 escolas, de 309 cidades do Estado de São Paulo. A jornada escolar é ampliada para até nove horas e meia, e até três refeições diárias são inclusas. Os estudantes ainda têm orientação de estudos, preparação para o mercado de trabalho e escolha de disciplinas eletivas. Ao todo, até 448 mil alunos são atendidos pelo programa. Esses dados são oferecidos pelo governo de São Paulo.