Pedagoga vê BNCC como tentativa de unificação curricular e ataque à pedagogia

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15/09/2021 14:58 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Lisete Arelaro: as provas nacionais não traduzem o desenvolvimento da aprendizagem<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2021/fg273904.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Se Paulo Freire estivesse vivo neste 7 de setembro, teria protestado com dois cartazes, um com os dizeres "Fora Bolsonaro" e outro com "Abaixo a BNCC". A suposição foi feita pela pedagoga Lisete Arelaro, que, em 6/9, protagonizou a segunda live realizada pelos parlamentares do PSOL Carlos Giannazi (deputado estadual) e Celso Giannazi (vereador da capital) para comemorar o centenário de nascimento de Paulo Freire, que se dará em19/9.

Para a professora sênior da USP, a Base Nacional Comum Curricular está cheia de incoerências científicas que são vistas já na educação infantil, onde se propõe a mistura de duas teorias inconciliáveis: a Pedagogia das Competências e o Campo de Experiências. Lisete considera o Campo de Experiências - "uma das propostas mais avançadas do ponto de vista acadêmico" - muito mais afinado à pedagogia freiriana. Sobre a Pedagogia das Competências, garantiu que "é uma bobagem esperar que cada conteúdo possa, de fato, gerar habilidades".

"O risco que nós corremos é o de uma unificação curricular, e tudo indica que caminhamos rapidamente para isso", alertou, destacando que 500 municípios paulistas já aderiram à proposta do secretário Rossieli Soares e se comprometeram a adotar o currículo estadual.

A pesquisadora também vê na Resolução 2/19, que alterou a formação inicial dos professores de educação básica, um mau indicador para a pedagogia no Brasil. "Esperam que os professores sejam meros reprodutores das apostilas, sem formação teórica para discutir os fundamentos do que lhes é mandado fazer", lamentou.


alesp