Presidente da Alesp pretende levar a votação projeto que proíbe negacionismo do holocausto nas escolas do Estado de São Paulo

Proposta poderá ser votada pelo Plenário na próxima semana, após deliberação do Colégio de Líderes na segunda-feira, dia 14
11/02/2022 14:38 | Projeto de lei | Da Redação

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Presidente da Alesp quer levar a votação projeto que proíbe negacionismo do holocausto nas escolas do Estado de São Paulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-02-2022/fg281859.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Carlão Pignatari, pretende levar a votação na próxima semana um projeto de lei que proíbe, em todas as escolas públicas ou privadas, o ensino ou a abordagem disciplinar do holocausto sob a visão negacionista ou revisionismo histórico. O holocausto, liderado pelo nazismo alemão de Adolf Hitler, foi responsável pelo extermínio de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1939 e 1945.

Carlão Pignatari afirmou que apresentará o Projeto de Lei 652/2021, de autoria do deputado Heni Ozi Cukier (Novo), na reunião de líderes da Alesp da próxima segunda-feira, dia 14 de fevereiro. Se deliberado pelas lideranças, a intenção é convocar uma reunião conjunta de comissões, para análise da proposta, e levá-la a discussão e votação em Plenário virtual até quinta-feira, dia 17. Para ser aprovado na Alesp, o projeto precisa da maioria dos votos favoráveis de 48 parlamentares votantes.

"O holocausto foi o pior episódio da história mundial. Seis milhões de judeus, entre crianças, mulheres e homens, perderam suas vidas, de maneiras cruéis. Isso não pode ser negado ou ser alvo de negacionismo ou deturpação. O genocídio aconteceu e é importante que a história verdadeira seja sempre lembrada, para que casos assim não se repitam jamais. Qualquer pessoa, independente da sua religião, etnia ou identificação, precisa ser respeitada", disse o presidente da Alesp.

Pelo projeto, o ensino e a abordagem disciplinar sobre o holocausto deverá ter por objetivo informar e refletir com os alunos os crimes de lesa-humanidade pelo Estado Alemão Nazista contra os judeus e outros grupos discriminados, as razões geopolíticas e sociais que levaram ao episódio, as ações de resistência ao nazismo, além de munir os alunos para identificar discursos de ódio, de modo a se prepararem para exercer responsavelmente sua cidadania.

Além disso, fazer propaganda ou apologia ao nazismo no Brasil é crime previsto no Código Penal Brasileiro, com pena de prisão de até cinco anos. Nesta semana, inclusive, o Ministério Público Federal abriu uma investigação sobre suposto crime de apologia do nazismo praticado pelo deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e pelo podcaster e influencer Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark, por declarações veiculadas no podcast Flow.

Carlão Pignatari comentou o caso no Twitter, afirmando ser inaceitável e criminoso. "Não podemos aceitar que essa ideia seja difundida. Não vamos retroceder e sim combater pensamentos como esse", escreveu. "Não podemos deixar que a história seja apagada, para que atrocidades como essa não se repitam", afirmou o presidente do Parlamento paulista.

O projeto tem uma proposta de emenda da deputada Janaina Paschoal (PSL), que prevê que a medida também deve ser aplicada "aos crimes praticados pelo comunismo ao longo da história, em diversas partes do mundo". Para a parlamentar, é importante que os alunos também tenham real conhecimento sobre os crimes cometidos pelo regime comunista ao redor do mundo, assim como no caso do nazismo. Ela cita a antiga União Soviética, além da China, Coreia do Norte e o Camboja.


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