Segurança pública, educação e saúde foram as demandas mais apresentadas na audiência pública para o Orçamento Estadual de 2023, realizada nesta sexta-feira, dia 27, pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em Mogi das Cruzes. Mogi faz parte do Alto Tietê, na região Metropolitana de São Paulo, junto a outros 11 municípios e leva esse nome em homenagem ao rio Tietê, que banha diversas cidades. Durante o encontro, que foi realizado em formato híbrido, o secretário de governo de Mogi das Cruzes, Francisco Camargo, destacou a relevância da atuação da Alesp em ouvir os paulistas de todo o Estado. "É de grande importância a participação popular, principalmente na parte de orçamento e finanças. Sabemos que desse percurso, eles chegarão a um determinado ponto e que as necessidades, não só de Mogi das Cruzes, serão atendidas", afirmou. Segurança pública, que foi a demanda mais apresentada na audiência, foi a área reivindicada pelo vereador da região Edson Santos, que pediu a implantação de um centro para mulheres vítimas de violência, bem como a destinação de aluguel social para essas mulheres, e um centro para pessoas com deficiência. "A delegacia em defesa da mulher 24h também é outro assunto discutido há tempos. Não dá para uma cidade com quase 500 mil habitantes, onde aumentou muito a violência contra a mulher, não ter uma delegacia 24h", argumentou. No mesmo sentido, o vereador de Mogi das Cruzes, Maurino José Da Silva pediu reforço para o efetivo policial do município. "Nós estamos sofrendo muito com a falta de efetivo na nossa cidade. Quase todos os dias pessoas são furtadas, os dados são alarmantes. Precisamos que seja incluído no Orçamento mais recursos para policiais", informou. Já o ex-vereador de Mogi das Cruzes Edson Camilo solicitou a criação de unidades policiais. "Eu peço à Assembleia para intervir junto a Secretaria de Segurança do Estado para instalar mais dois distritos policiais na região, pelo menos", disse. Na área de saúde, a vereadora de Mogi das Cruzes, Maria Luiza Fernandes, argumentou sobre a necessidade de um programa voltado para a saúde mental nas escolas estaduais. "Falta uma iniciativa do Governo do Estado para criar um programa para atender os jovens e fazer a adaptação ao retorno das aulas presenciais para eles se desenvolverem plenamente", afirmou. A presidente do Conselho Municipal de Defesa das Mulheres, Vânia Pereira, pediu investimentos para a infraestrutura das escolas públicas. "As escolas públicas estaduais não têm estrutura, oficinas e laboratórios. O Estado tem que disponibilizar mais recursos financeiros para estruturá-las", disse. Outras demandas O presidente do Partido dos Trabalhadores de Biritiba Mirim, Eraldo da Silva, solicitou o aumento de investimentos na proteção dos royalties e também do meio ambiente. "Nossas cidades produzem muita água, em torno de 22%, no entanto, nós pagamos a água mais cara de São Paulo. Nós temos cinco barragens e não recebemos nada por isso", relatou. O vereador do município de Mogi das Cruzes, Edson Alexandre pediu investimentos na área do esporte. "A periferia tem levado várias crianças, cada vez mais, para a área do esporte, mas ela não tem incentivo. Quando o poder público fica ausente, infelizmente quem ocupa é o tráfico de drogas", contou. Já o ex-deputado estadual Auriel Brito Leal comentou sobre as demandas da população e apontou críticas. "É inadmissível que um Estado tão rico, que é São Paulo, não possuir uma política de saúde, segurança pública e de educação. Enquanto sobra dinheiro no caixa, as pessoas estão morrendo de fome", disse. O presidente da Câmara, Marcos Furlan, agradeceu a Alesp pelo evento e pelos trabalhos realizados. "Gostaria de parabenizar a Assembleia Legislativa por estar vindo às regiões, mais de 30 cidades. Isso é muito importante para a população porque ela está sendo ouvida", afirmou. Ao final da reunião, o deputado Dr. Jorge do Carmo (PT), integrou o debate comentando sobre as demandas da população. Por fim, o presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, que conduziu os trabalhos nesta sexta-feira, o deputado Gilmaci Santos, afirmou que todas as demandas foram colhidas e que o Parlamento fará o possível para atendê-las. "Vamos compilar tudo o que ouvimos aqui hoje, não temos certeza de que vamos conseguir atender todas as demandas, porque seria uma ilusão afirmar isso, mas vamos trabalhar para isso", finalizou.