Celebrado anualmente em 5 de fevereiro, o Dia da Mamografia busca conscientizar a sociedade - principalmente, mobilizar as mulheres - sobre a importância da realização desse importante exame que ajuda a identificar e auxiliar na prevenção do câncer de mama. Engajada no objetivo de dar visibilidade a uma atitude que pode salvar vidas, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou a Lei 13.755/2009, que institui o Dia Estadual da Mamografia. A iniciativa tem a missão de promover campanhas de conscientização em parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde, o Ministério da Saúde e as prefeituras. "A finalidade do rastreamento mamográfico é identificar um tumor ainda não palpável, onde existe a possibilidade de cura de mais de 95%. A mamografia é o método mais eficaz para a detecção do câncer de mama", aponta a justificativa do projeto de lei que gerou a criação da data oficial no calendário paulista. No Brasil De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a principal causa de morte por tumores malignos em mulheres no Brasil, perdendo apenas para o câncer de pele. Para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados 73.610 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100 mil mulheres (INCA, 2022). Prevenção Médicos e especialistas apontam que a detecção precoce do câncer de mama é fundamental não só para prevenir a doença, mas também para reduzir sua taxa de mortalidade e aumentar as chances de cura. O mastologista e presidente de honra da União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama (Unaccam), Dr. Carlos Ruiz, reforça que a principal forma de rastreamento do câncer de mama é a mamografia, que deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos de idade. Já o Ministério da Saúde recomenda fazer o exame a partir dos 50 anos, a cada biênio. Porém, o médico alerta que, atualmente, no Brasil, 35% dos casos de câncer de mama acontecem antes dos 50 anos. "Rastreamento é a avaliação, por meio de exame de imagem, em mulheres que não apresentam os sintomas do câncer de mama, enquanto que o diagnóstico é feito por biópsia quando já existem os sintomas", explicou Ruiz. Segundo o mastologista, pacientes mais jovens ou que fazem parte do grupo de alto risco, que são os que possuem mutação genética ou um histórico familiar de incidência da doença, o recomendado é fazer a ressonância magnética 10 anos antes da idade do parente mais jovem que teve o câncer de mama. SUS Ainda de acordo com Ruiz, a taxa de mortalidade em decorrência do câncer de mama é maior na rede pública de saúde do que na privada, principalmente quando a doença está em estágio mais avançado. Dentre vários fatores, isso ocorre devido à dificuldade de acesso a medicamentos e tratamentos mais adequados. "No entanto, as condições de tratamento entre o Sistema Único de Saúde e a rede privada são iguais quando o diagnóstico é feito precocemente, ainda no início da doença", ressalta o médico. "A principal causa na desigualdade de acesso à mamografia está na dificuldade de informação e conscientização das mulheres a partir dos 40 anos a realizarem o exame", explica o mastologista e presidente de honra da Unaccam. Empoderamento Feminino O médico acrescenta que essa desigualdade de acesso ocorre porque, geralmente, mulheres mais pobres costumam sustentar suas famílias e, muitas vezes, preferem evitar uma falta no trabalho, por medo do desemprego, a manter os exames em dia, o que pode vir a atrasar um possível diagnóstico. "É preciso orientar e informar mais a população feminina. Informação é empoderamento. Isso faz toda a diferença e nós temos que ter essa preocupação com as mulheres", conclui o médico. Atividade Física Estudo realizado pelo Inca, em parceria com alunos de pós-graduação das faculdades de Empreendedorismo e de Ciências Humanas do Brasil, ambas ligadas à Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj), reuniu dados que comprovam como a prática de atividades físicas pode beneficiar as pacientes em tratamento do câncer de mama. A pesquisa enfatiza que os exercícios físicos melhoram a qualidade de vida e o bem-estar das pacientes, aumentam as respostas positivas ao tratamento e diminuem as chances de retorno da doença.