Os integrantes da Comissão de Transportes e Comunicações (CTC) e da Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais (CAMM) se reuniram, na tarde desta quarta-feira (22), para ouvir dois importantes gestores públicos ligados à mobilidade urbana e aos transportes do estado de São Paulo. O secretário estadual de Transportes, Marco Antônio Assalve, compareceu à Alesp para prestar contas sobre sua administração. Já o diretor-presidente do Metrô de São Paulo, Antonio Julio Castiglioni Neto, foi convocado ao Parlamento para esclarecer pontos específicos da situação da companhia.

Dando início às apresentações, Assalve apresentou dados atualizados de sua Pasta e esclareceu dúvidas dos deputados presentes do colegiado. O secretário explicou detalhes sobre as mudanças das funções fiscalizadoras da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) para a Artesp e demonstrou os avanços nas obras estruturais das linhas metroviárias, que, segundo dados da secretaria, acomodam mais de 8 milhões de passageiros por dia, em média.

"É importante saber o que acontece nos trens diariamente e as necessidades dos passageiros, por isso, houve investimentos extensos em acessibilidade e criação de espaços de acolhimento nas estações, como locais destinados à amamentação. As linhas 9-Esmeralda, 2-Verde, 15-Prata e 3-Vermelha têm sido favorecidas por reformas estruturais e expansões que já estão próximas da conclusão. Além disso, um novo túnel de baldeação para os passageiros da estação Consolação e Paulista está encaminhado", apontou o secretário de Transportes.

Em seguida, na sua parte da apresentação, Julio Castiglioni contou as principais metas estabelecidas durante a administração da companhia estatal. "Temos investido fortemente em cibersegurança, na compra de novos trens mais modernos para todas as linhas, na expansão da rede com responsabilidade e na entrega de outras novas vias como a 17-Ouro, que iniciará sua operação já em 2026. Não conheço nenhuma obra de infraestrutura no Brasil que chegue perto desse nível de complexidade", acrescentou o diretor.

Segurança

Após os discursos, a presidente da CAMM, deputada Ana Carolina Serra (Cidadania), questionou os gestores a respeito da fiscalização de segurança dos trens, partindo do ponto que, nos últimos anos, descarrilamentos e acidentes têm acontecido com alguma frequência.

"Somos responsáveis pela segurança dos nossos passageiros, sobretudo nas linhas que não foram concedidas. Nas vias privadas, ficamos restritos apenas à fiscalização. No entanto, nós somos muito rígidos na manutenção e na engenharia das nossas linhas. Naturalmente, naquelas mais extensas temos desafios geológicos com os terrenos, mas o trabalho é feito de forma rigorosa para não comprometer os prazos de obras ou a segurança dos passageiros", respondeu Julio Castiglioni, que ainda ressaltou o comprometimento em instalar mais portas nas plataformas das estações.

"Em relação às portas de plataforma, estamos avançando muito, mas existe a dificuldade de engenharia, principalmente nas estações mais antigas, de 50 anos de idade, que não foram planejadas pensando nisso. Essa medida, além de tudo, diz respeito à saúde mental da nossa população. Somente na Barra Funda, por exemplo, as tentativas de suicídio foram zeradas após a implantação das portas", indicou o diretor.

Expansões

Já o deputado Paulo Mansur (PL) perguntou ao secretário sobre os prazos de entrega das obras rodoviárias e metroviárias - que já estão em andamento - até o ano que vem. Diante desse questionamento, Assalve assegurou a conclusão das reformas do Metrô e da abertura da linha 17-Ouro.

"A área dos transportes é muito dinâmica, mas preserva o conhecimento e o legado das pessoas que levam São Paulo em direção ao futuro. Até o ano que vem, serão concluídos mais de 30 quilômetros de malha do metrô, incluindo a inauguração de uma nova linha. É um investimento caro para o estado, mas que vai melhorar a vida das pessoas", afirmou o secretário.

Além disso, o deputado Jorge do Carmo (PT) cobrou respostas dos gestores sobre a extensão da linha 15-Prata até o bairro Cidade Tiradentes, na Zona Leste da Capital. Segundo Castiglioni, essas obras já estão dentro dos planos do Metrô, mas envolvem complicações relacionadas à engenharia do projeto.

"A linha 15 é a melhor avaliada entre os passageiros e mais três estações estão sendo criadas para expandi-la. Respondendo objetivamente, nós vamos, sim, levar essa linha até Cidade Tiradentes. Porém, essa obra envolve desafios enormes em relação à ocupação do espaço urbano e desapropriação dos terrenos onde será feita a estação. Já foi feito o estudo e a consulta para essa expansão e ela se tornará realidade, mas ainda demandará muita energia e esforço para acontecer", ponderou ele.

Assista a reunião, na íntegra, em transmissão feita pela Rede Alesp:

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