A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, nesta segunda-feira (24), o seminário "O Papel da Indústria de Tecnologia para Saúde na Transformação Digital dos Municípios Paulistas" em parceria com a Associação Brasileira da Indústria da Tecnologia para Saúde (Abimed). Promovido pelo coordenador da Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação e sua Integração com o Mercado de Trabalho, deputado Luiz Cláudio Marcolino (PT), o evento reuniu especialistas e autoridades que debateram a interoperabilidade, que é a capacidade de integrar dados de diferentes sistemas de informações.

A integração entre os sistemas colabora para superar a fragmentação de informações entre as regiões trazendo diversos benefícios para os governos e a sociedade. Um deles é a ampliação da eficiência no atendimento por meio de um histórico clínico integrado do paciente que pode ser usado para consulta em qualquer unidade. Isso também contribui para otimizar o uso dos recursos públicos, promover a inclusão digital dos municípios reduzindo desigualdades regionais e facilitar a tomada de decisão, porque permite o planejamento de políticas públicas.

Para Marcolino, é preciso adaptar o SUS aos novos tempos e a inteligência artificial (IA) pode transformar o modo como cuidamos das pessoas por meio de um atendimento mais digno, justo e eficiente. "Proponho que a tecnologia usada no SUS esteja a serviço do bem-estar da população por meio de políticas públicas inovadoras, digitalização dos serviços de saúde, capacitação de profissionais da área e fomento de parcerias com universidades e startups de tecnologia média", disse.

Transformações digitais

A inteligência artificial (IA), telesaúde, telemonitoramento e outras tecnologias são grandes aliadas da gestão pública para superar longas filas no SUS, falta de recursos, sobrecarga de profissionais e dificuldade de acesso de saúde em regiões mais afastadas.

A análise de dados também ajuda a prever epidemias, realizar diagnósticos precoces, reduzir erros médicos e promover um planejamento estratégico a fim de gerenciar melhor a quantidade de leitos e a distribuição de medicamentos, alocar profissionais onde tenha maior demanda e fazer campanhas de prevenção mais direcionadas.

"A vida acontece nos municípios. Então, é lá onde mais precisa realizar um planejamento estratégico, melhorar a infraestrutura e fortalecer o ecossistema de saúde digital por meio de parcerias entre os setores público e privado apliquem inovação e pesquisa", disse Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde.

A representante do governo federal destacou diversos impactos trazidos pela transformação digital e a transparência do uso ético e transparente da tecnologia para o bem de todos. Um dos benefícios citados foi o aplicativo "Meu SUS Digital", plataforma de teleatendimento que facilita o atendimento ao cidadão não só na rede pública.

Ana Estela também citou que uma das ações de transformação digital mais recentes foi a criação do Hospital Inteligente na USP junto ao complexo do Hospital das Clínicas. "A ideia é criar dez unidades de terapia intensiva (UTIs) atuando em rede de forma conectada e com sistemas integrados. Isso reduz a mortalidade e amplia o atendimento de urgência, determinante em casos de parada cardiorrespiratória", explicou.

Fernando Silveira, presidente da Abimed, reforçou a necessidade de investir na criação de programas focados no desenvolvimento de tecnologias de ponta. "Quando trazemos a perspectiva da necessidade de acelerar o ingresso de inovação na área de saúde nacional, é para que o país possa dar um salto tecnológico", complementou.

De acordo com Juan Carlos Dans Sanchez, coordenador-geral de administração da Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP), o Estado exerce um papel fundamental na integração dos serviços de saúde municipais e iniciativas digitais estão sendo implantadas para melhorar o atendimento.

Já Marcelo Zuffo, diretor do Inova USP, abordou a importância dos polos de pesquisa tecnológicos, como USP, Unesp e Unicamp que contribuem para o desenvolvimento da indústria digital no estado, como a criação de vacinas. "O Estado atua como facilitador por meio da criação e regulação de condições para a inovação centradas nas necessidades da população. Para isso, é importante estipular parcerias entre o governo e as empresas, renovas as metodologias e tecnologias aplicadas e medir os impactos gerados sem burocracia", esclareceu.

O evento ainda contou com a presença de Jorge Lima, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico; Marcelo Caldeira, representante da Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e outros participantes.

Assista ao evento, na integra, em transmissão da Rede Alesp:

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