O deputado Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi (ambos do PSOL) participaram, em 28/4, da manifestação em frente à prefeitura de São Paulo promovida pelo Fórum das Entidades, coletivo que reúne as associações e os sindicatos representativos dos servidores públicos do município. A reivindicação conjunta das categorias é o reajuste de 45,14%, resultado de mais de dez anos da política do reajuste de 0,01%. "O prefeito se autoconcedeu um reajuste superior a 46,6%, mas apenas para si próprio e para os seus secretários. Para os servidores, quer continuar dando 0,01%", denunciou o deputado. "Além disso, Ricardo Nunes também confiscou os salários através do SampaPrev2. E pior, confiscou inclusive as aposentadorias e pensões de milhares de servidoras e servidores aposentados que ajudaram a construir as políticas públicas da cidade. Essas pessoas estão sofrendo um confisco igual ao confisco imposto pelo ex-governador Doria aos servidores estaduais", disse Carlos, que é autor do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 22/2020, cuja finalidade é revogar esse desconto em âmbito estadual. Celso Giannazi luta na Câmara Municipal pela aprovação de seus PDLs 17 e 18/2022, que também têm o objetivo de reverter o desconto extra em aposentadorias e pensões. Em nível municipal, entretanto, a situação é ainda mais grave. O prefeito Ricardo Nunes revogou até mesmo a isenção de Imposto de Renda e Contribuição Previdenciária que beneficiava servidores com doenças graves, como câncer e leucemia. "São pessoas que dependem desse dinheiro para custear o próprio tratamento, porque o Hospital do Servidor Público Municipal não oferece atendimento", lamentou. O vereador ainda argumentou que o município tem plenas condições de arcar com o reajuste do funcionalismo. O orçamento previsto para este ano é R$ 82,7 bilhões, 21,7% maior em relação ao ano anterior. Além disso, o acordo em relação à propriedade do terreno do Campo de Marte pôs fim a uma dívida de R$ 25 bilhões do município com a União. Com isso a prefeitura deixa de pagar R$ 3 bilhões por ano ao governo federal. "Neste momento, São Paulo tem R$ 30 bilhões em caixa", apontou.