Universitários, docentes e repre­sentantes de escolas da rede pública estiveram presentes em uma audiência pública realizada na Alesp para discutir as possibilidades de manutenção das atividades do Programa Escola da Família. A reunião ocorreu na última quinta-feira (21/2), no plenário José Bonifácio.

O programa da Secretaria de Estado da Educação (SEE) consiste na abertura das escolas da rede estadual aos finais de semana, com o objetivo de promover uma cultura de paz, despertar potencialidades e ampliar os horizontes culturais de seus participantes.

Os monitores são universitários que atuam como educadores nas escolas participantes do programa. Em contrapartida, recebem uma bolsa integral para custeio de seus cursos. A SEE arca com 50% do valor da mensalidade - até o teto de R$ 500,00 - e a instituição de ensino completa o restante do valor da mensalidade.

Segundo os participantes da discussão, o pagamento das bolsas foi suspenso, o que impossibilita a permanência dos universitários no programa, que ficará sem contingente para abrir as escolas aos finais de semana.

O deputado Carlos Giannazi (PSOL), solicitante da audiência, posicionou-se contra o encerramento dessas atividades. "O governo está desmontando um programa importante, de integração das famílias e da comunidade com a escola. Levaremos o caso para o Ministério Público, a SEE e a Comissão de Educação da Alesp, por que o programa tem de continuar", declarou.

A estudante de direito Tatiane Silva falou sobre possíveis consequências do corte de bolsas. "Acabar com o programa não atinge somente os universitários, mas também a comunidade. Fechar as escolas aos finais de semana leva as crianças para a rua", disse.

Em nota, a Secretaria da Educação informou que o programa está mantido. "O Escola da Família tem agora um novo eixo, com foco na aprendizagem dos estudantes. As mudanças preveem que a Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB) estabeleça novas diretrizes e verifique a execução do cronograma ao longo do ano letivo. As ações serão organizadas pelos professores articuladores, fundamentais para acompanhar as atividades aos sábados e domingos. O trabalho será integrado com as equipes de bolsistas universitários e voluntários, realizado de acordo com a proposta pedagógica de cada escola."

À mesa durante a audiência, além de Giannazi e Tatiane, estiveram a professora Eli Militino, o vereador de São Paulo Celso Giannazi e os universitários Fernando Henrique Silva e Simone Rodrigues.