A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta sexta-feira (29), grupos, duplas e cantores do gênero musical conhecido como caipira de raiz para celebrar o Prêmio Inezita Barroso. Nesta quinta edição, 20 artistas e personalidades foram homenageadas - o dobro da edição passada - por contribuírem para a perpetuação da cultura caipira, que é historicamente presente no interior do Estado de São Paulo. O diferencial deste ano é que a sociedade civil também participou da escolha de metade dos premiados. A Comissão de Educação e Cultura da Alesp ficou incumbida de escolher os outros dez. O aumento do número de premiações foi estabelecido por meio da Resolução 931/21. A cerimônia foi conduzida pelo deputado Maurici (PT), que preside a Comissão de Educação e Cultura, organizadora do evento. De acordo com ele, a música e a cultura são elementos que envolvem as emoções das pessoas e por conta disso necessitam ser estimuladas mais vezes. "Precisam de pessoas, grupos, pessoas físicas, jurídicas e personalidades que incentivem a reprodução e a perpetuação dessa manifestação. A Inezita Barroso tem esse condão, esse valor, de dissentir dentre tantas, algumas pessoas, todo ano para que essa valorização prossiga sempre." Além do presidente da Comissão, outros parlamentares estiveram presentes prestigiando os músicos premiados, como o deputado Paulo Fiorilo (PT), que destacou o papel da Alesp em resgatar e ressaltar a cultura popular paulista, em especial a caipira, muito difundida no interior do Estado. "Mostrar a importância de manter a tradição, de continuar ampliando esse tipo de cultura e de música, o que faz com que os jovens possam ter contato com música de qualidade do interior do estado, e que hoje, infelizmente, às vezes é esquecida, relegada. A Assembleia dá um passo importante para manter essa tradição tão necessária para o nosso Estado", disse. Já a deputada Letícia Aguiar (PP) acredita que o evento é mais uma ação da Alesp para reconhecer a cultura regional interiorana. "Reconhecer esses artistas hoje que levam música e alegria para tantas famílias é motivo de honra". "É um momento de muita alegria e satisfação e eu tenho certeza que será mais um marco aqui na Assembleia Legislativa, o reconhecimento desses importantes artistas populares e do mundo sertanejo", afirmou. A Premiação Inezita Barroso foi uma criação do ex-deputado Marcos Martins, por meio da Resolução 906/2016. Ele também esteve presente na edição de 2022 e destacou a relevância do enaltecimento da Inezita Barroso e dessa manifestação. "Que nós possamos continuar valorizando a música e que Inezita Barroso seja lembrada eternamente por tudo que ela fez pela música caipira e música brasileira." Um dos premiados deste ano foi a Orquestra de Violas, de Franco da Rocha, criada em 2016. Para Pedro Augusto, representante do grupo, a música caipira é atemporal e o grupo tem se empenhado em manter a tradição. "Sempre que possível, nos apresentamos para propagar a música caipira e a cultura raiz, que, por muito tempo, foi se apagando, mas agora estamos focados em não deixar isso tudo se perder com o tempo", afirmou. Premiados da 5ª edição Craveiro e Cravinho - Felipe André de Oliveira recebeu em nome da dupla Durval e Davi (em memória) Grupo Raiz de Violas Irmãs Jacó Luiz Honório de Oliveira Mariângela Zan Orquestra de Violas de Franco da Rocha Orquestra de Violeiros Ouro Na Serra Orquestra Municipal de Viola Caipira de Mirante do Paranapanema Rubinho Véio Cururueiro de Tatuí Ademar Braga João Miranda Juliana Andrade e Vitória da Viola Leyde & Laura Orquestra Filarmônica de Violas Ranulfo Faria Tião Goiano Donizete dos Santos Grupo de Viola Raiz Sertaneja Grupo Rancho Alegre de Presidente Bernardes Homenagem A comemoração leva o nome de Inezita Barroso, nome artístico de Ignez Magdalena de Aranha de Lima, cantora, compositora, instrumentista, atriz e apresentadora de rádio e televisão. Nasceu em 1925 e foi a primeira mulher a se envolver com a cultura caipira e a música sertaneja. Ainda em 1955, compôs o primeiro disco com participações femininas. Ela é autora de sucessos como "Marvada Pinga", "Colcha de Retalhos" e "Cala Boca Tereza". Inezita faleceu em 8 de março de 2015 devido a uma insuficiência respiratória, quatro dias após completar 90 anos.